A tecnologia na saúde mudou a forma como percebemos a jornada do paciente e a gestão como um todo. Diversos processos foram diretamente impactados pela adoção de novas ferramentas, entre elas, a inteligência artificial (IA).
Nos últimos anos, muito se ouve falar sobre a IA e, de fato, ela está presente em muitas das nossas atividades diárias. Quando conversamos com um bot, por exemplo, estamos interagindo diretamente com uma IA programada para realizar um atendimento humanizado e fornecer respostas assertivas para demandas específicas.
Ao longo deste artigo, você irá conhecer mais sobre a inteligência artificial na saúde. Siga com a leitura!
Índice
O que é a inteligência artificial e como ela evoluiu ao longo dos anos?
A Inteligência Artificial (IA) é um ramo da ciência da computação que se concentra na criação de algoritmos e sistemas que podem imitar a inteligência humana e aprender com os dados fornecidos. A IA está se tornando cada vez mais presente em nossas vidas, outros exemplos são a utilização desde sistemas de recomendação em sites de compras online até o uso de carros autônomos.
A IA começou a ser desenvolvida na década de 1950, com o surgimento de programas que simulavam o pensamento humano. A pesquisa em IA avançou rapidamente na década de 1960, quando foram desenvolvidos algoritmos para reconhecimento de fala e visão computacional. No entanto, a IA ainda era muito limitada naquela época devido à falta de poder de processamento dos computadores disponíveis.
Nos anos 80 e 90, a IA passou a ser utilizada em sistemas de reconhecimento de voz e em jogos de xadrez, com o famoso supercomputador Deep Blue da IBM vencendo o campeão mundial de xadrez Garry Kasparov em 1997. A conhecida revanche aconteceu após a derrota do Deep Blue por Kasparov em 1996.
Já na década de 2000, a IA começou a ser usada em aplicativos de busca na internet e em análises de dados em empresas.
Atualmente, a IA está presente em muitas áreas da saúde, ajudando os profissionais a tomarem decisões mais precisas e rápidas. Por exemplo, algoritmos de IA podem ajudar na triagem de pacientes em hospitais, identificando aqueles que precisam de atendimento imediato.
Além disso, a IA pode ser usada para analisar grandes conjuntos de dados, como registros médicos, para identificar tendências e padrões que possam levar a novas descobertas e tratamentos mais eficazes.
A IA também pode ser usada em sistemas de alerta precoce para surtos de doenças, permitindo que as autoridades de saúde pública ajam rapidamente para conter a propagação da doença.
Avanços recentes na IA incluem a utilização de redes neurais artificiais, que imitam o funcionamento do cérebro humano e permitem que a IA aprenda por conta própria a partir dos dados fornecidos. Essa tecnologia tem sido utilizada em diagnósticos médicos, com resultados promissores.
No entanto, é importante lembrar que a IA ainda tem limitações e pode ser tendenciosa se os dados usados para treinar o algoritmo assim forem. Por isso, é fundamental que ela seja utilizada de forma ética e transparente, com uma supervisão cuidadosa de especialistas.
A IA é uma tecnologia em constante evolução que pode ajudar os profissionais de saúde pública a tomarem decisões mais precisas e rápidas. Os avanços recentes na tecnologia mostram um grande potencial para aprimorar os diagnósticos e tratamentos médicos, mas é preciso ter cuidado para garantir que a utilização seja de forma ética e transparente.
O uso da IA na saúde e as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS)
Recentemente, a OMS publicou um relatório global com alguns princípios para utilização da IA na saúde. O documento, inclusive, foi o primeiro com esse cunho publicado por um grande representante global do segmento.
O relatório nomeado Ethics and governance of artificial intelligence for health (Ética e governança da inteligência artificial para a saúde, em tradução ao português), traz seis bases de regulamentação para minimizar os riscos e maximizar as oportunidades trazidas pela IA para a saúde.
O documento é resultado de dois anos de consultas realizadas por especialistas confiados pela OMS. Confira os princípios da IA presentes no documento.
- Proteção da autonomia humana – os seres humanos devem permanecer no controle dos sistemas de saúde e das decisões médicas. A privacidade e confidencialidade de dados devem ser protegidas e os pacientes devem dar consentimento legal para proteção de dados.
- Promoção do bem-estar, segurança humana e o interesse público – criadores de projetos de IA devem atender aos requisitos de regulamentação que envolvem segurança, precisão e eficácia para os casos de uso ou indicação de uso. Além disso, a qualidade deve ser prezada na prática e uso de IA.
- Garantia de transparência, explicabilidade e inteligibilidade – é preciso que as tecnologias possuam documentação e informação suficiente para consulta. Elas devem estar facilmente acessíveis para a consulta pública, assim como o debate sobre a projeção e uso dessa tecnologia deve ser facilitado.
- Promoção de responsabilidades e prestação de contas – as partes interessadas devem garantir que a IA seja utilizada nas condições apropriadas e por pessoas capacitadas.
- Garantia de inclusão e equidade – o uso e acessos equitativos da IA na saúde devem ser o mais amplos o possível, independentemente de qualquer característica étnica ou racial ou outras características protegidas por códigos de direitos humanos.
- Promoção da inteligência artificial de forma responsiva e sustentável – designers, desenvolvedores e usuários devem avaliar de forma contínua e transparente se o uso da IA é adequada e apropriada para as expectativas e requisitos. Governos e empresas devem assumir o papel de capacitação de profissionais de saúde para o uso desses sistemas e as mudanças na equipe devido ao uso de automações.
Os principais usos da IA na saúde
A Inteligência Artificial (IA) está transformando o setor de saúde de várias maneiras, desde o diagnóstico e tratamento até a gestão de dados e pesquisa. Abaixo, listamos os principais usos da IA na saúde.
Diagnóstico
A IA pode ser usada para ajudar os profissionais de saúde a identificarem condições médicas em estágio inicial, com maior precisão. Os algoritmos de IA podem analisar grandes conjuntos de dados de pacientes, incluindo exames médicos, históricos de saúde e informações genéticas, para identificar sinais de doenças que podem ser perdidos pelos médicos.
Além disso, a IA pode ajudar os médicos a interpretar imagens médicas, como radiografias, tomografias e ressonâncias magnéticas, com mais precisão.
Tratamento
A IA pode ajudar no desenvolvimento de tratamentos personalizados, baseados nas características individuais do paciente. Isso inclui o uso de algoritmos de IA para identificar a combinação ideal de medicamentos para pacientes com várias condições médicas, incluindo câncer. Ela também pode ajudar os médicos a monitorarem a adesão do paciente ao tratamento, fornecendo alertas e recomendações quando necessário.
Gestão de dados
A IA pode ser usada para gerenciar grandes volumes de dados médicos, incluindo registros eletrônicos de saúde e informações genéticas. Isso pode ajudar os profissionais de saúde a analisar esses dados com mais facilidade e rapidez, a fim de identificar padrões e tendências em grande escala.
Monitoramento remoto
A IA pode ser usada para monitorar a saúde dos pacientes remotamente, incluindo aqueles com condições crônicas. Os dispositivos médicos conectados à Internet podem coletar dados sobre a saúde do paciente e enviar essas informações para os médicos para análise. Isso pode permitir a detecção precoce de problemas médicos e reduzir a necessidade de visitas frequentes ao consultório médico.
Pesquisa
A IA pode ser usada para acelerar a pesquisa médica, ajudando os cientistas a identificar padrões e tendências em grandes conjuntos de dados médicos. Isso pode ajudar no desenvolvimento de novos tratamentos e medicamentos, bem como na identificação de novas áreas de pesquisa.
Inteligência artificial (IA): tecnologia é inovadora e deve ser utilizada com segurança
A IA está revolucionando o setor de saúde, ajudando os profissionais de saúde a diagnosticar e tratar doenças com mais precisão, gerenciar grandes volumes de dados médicos, monitorar a saúde dos pacientes remotamente e acelerar a pesquisa médica.
À medida que a tecnologia continua a evoluir, é provável que a IA desempenhe um papel cada vez maior na melhoria da saúde e do bem-estar das pessoas em todo o mundo.
No entanto, é preciso estar atento e saber como se beneficiar dessas tecnologias. Apesar de toda a eficácia, é necessário utilizá-la de forma consciente e tendo como base preceitos de segurança.