No dia 26 de fevereiro, o ministro da Saúde brasileiro, Luiz Henrique Mandetta, cobrou que o avanço do novo coronavírus (Covid-2019) fosse considerado uma pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
A medida reconheceria que a doença é capaz de infectar pessoas ao redor de todo o mundo. Ou seja, não está limitada a uma região específica. Deste modo, seria possível ampliar a lista de alerta de países para o coronavírus.
Entenda, neste artigo, que tipo de impacto o reconhecimento de uma nova pandemia poderia trazer para a gestão da saúde.
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Covid-19: Veja a atualização dos dados
Desde o final do ano de 2019, o mundo enfrenta um novo surto viral. Trata-se de uma nova mutação do coronavírus, o Covid-19.
O início do surto ocorreu na cidade chinesa de Wuhan e já se espalhou para mais de 35 países.
Na China, o número de casos ultrapassou os 80 mil. São 80.174 infecções e 2.915 mortes, de acordo com levantamento de autoridades do país.
Confira os dados atualizados
Na Ásia, a Coreia do Sul registrou 4.335 casos, com 26 óbitos, enquanto a Indonésia confirmou os 2 primeiros casos de Covid-19.
No Oriente Médio, o Irã tem 1.501 casos confirmados. Já na Arábia Saudita, são 290 casos suspeitos e não confirmados. A Jordânia confirmou o primeiro caso da doença.
A Europa também tem histórico de infecções. Portugal e Mônaco têm um caso confirmado. Irlanda, Escócia, República Tcheca, San Marino já haviam informado os primeiros registros.
No país mais atingido do continente Europeu, a Itália, o número de infecções chegou a 1.694, com 38 mortes. 83 pessoas se recuperam da doença, e o número de infectados atualmente chega a 1.577.
Duas mortes causadas pelo novo coronavírus foram confirmadas na França.
A Rússia também já havia identificado casos de Covid-19, e foi confirmado mais recentemente o primeiro registro em Moscou.
No Brasil, são 252 casos suspeitos e 2 confirmados no estado de São Paulo.
Pandemia: O que é?
Com este panorama, é fácil pensar em uma pandemia. Porém, a OMS ainda não classificou o avanço do Covid-19 desta forma.
“Pandemia” é um termo utilizado para referir-se a um aumento de casos de uma doença em uma grande quantidade de regiões no globo terrestre.
Com a facilidade de deslocamento das pessoas de um local para outro, a disseminação de uma patologia também é facilitada.
A falta de cuidado causa a transmissão da doença e a infecção de um grande número de pessoas, principalmente quando não há sintomas ou suspeitas das autoridades de saúde.
Já houve pandemia no Brasil?
Em 2009, houve o surto de H1N1, que logo se transformou em pandemia. O avanço relativamente rápido de um vírus da gripe que apresentava genes suínos, aviários e humanos levou várias pessoas à morte.
Segundo a OMS, em apenas oito semanas, o vírus H1N1 alcançou aproximadamente 120 territórios.
No Brasil, a pandemia foi finalizada em 2010 e levou duas mil pessoas à óbito.
Atualmente, existe vacina contra o vírus e sua distribuição é feita de forma gratuita para alguns grupos de risco, como idosos e pessoas com doenças crônicas.
O Vírus da Imunodeficiência Adquirida (HIV) também é responsável pela pandemia que infecta milhares de pessoas e afeta o sistema imunológico do paciente, a Aids, deixando-o mais propenso a infecções.
Vírus
A palavra vírus é proveniente do latim vírus, que significa fluído venenoso ou toxina. Os vírus são seres pequenos e simples, formados basicamente por uma cápsula proteica, envolvendo material genético que pode ser DNA, RNA ou os dois juntos.
Como uma pandemia impacta a gestão da saúde?
Apesar do cenário alarmante, o Brasil está adotando diversas ações para monitoramento e aprimoramento da capacidade de atuação no país. A OMS recomenda algumas ações de proteção, como:
- Notificação das áreas de portos, aeroportos e fronteiras da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa);
- Notificação da área de Vigilância Animal do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento);
- Notificação às Secretarias de Saúde dos Estados e Municípios, demais Secretarias do Ministério da Saúde e demais órgãos federais, com base em dados oficiais.
Com o surto, o Ministério da Saúde também instalou o Centro de Operações de Emergência (COE) – coronavirus (SARS-CoV-2), que objetiva preparar a rede de saúde pública para o atendimento de possíveis casos no Brasil.
Nova metodologia para notificação de casos suspeitos, entenda!
A partir do dia 2 de março de 2020, o Ministério da Saúde adotou uma nova metodologia para notificar os casos suspeitos de infecção pelo Covid-19 no país.
Cada notificação era analisada pela equipe da pasta. Agora, os dados repassados pelas Secretarias Estaduais de Saúde serão computados sem reconfirmação.
Também surge uma nova categoria, a de “casos prováveis”, em que pessoas que apresentaram sintomas após ter contato com pacientes infectados pelo vírus são registradas.
Segundo o Ministério da Saúde, o objetivo da ação de descentralização é dar agilidade de resposta à doença.
Como medidas de prevenção e atuação durante uma possível pandemia, os gestores das instituições de saúde, tanto da rede própria do Estado quanto da rede não-pública, complementam sua forma de gerenciamento das unidades. Algumas das medidas tomadas impactam a gestão da saúde nos setores operacional e financeiro:
- Licitação para expansão do número de leitos;
- Compras de materiais de proteção para os profissionais de saúde;
- Aumento do número de medicamentos e insumos;
- Preparação de estratégia de contingência da doença;
- Aumento dos profissionais de saúde nas unidades.
Covid-19: Laboratórios são capacitados para diagnóstico
Inicialmente, o laboratório capacitado para realizar exame de diagnóstico do novo coronavírus era apenas o da Fiocruz do Rio de Janeiro (RJ). Mas, agora, também são considerados referência nacional:
- Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo;
- Instituto Evandro Chagas (IEC), no Pará;
- Laboratório Central (Lacen) Goiás, em Goiânia.
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