O ambiente hospitalar, embora seja muito limpo e esterilizado, é susceptível à presença de vírus e bactérias, devido à alta rotatividade dos pacientes que possuem as mais diversas patologias. Neste artigo, vamos abordar o conceito de infecção hospitalar, além de tipos e formas de prevenção.
Infecção Hospitalar: Entenda o conceito
Uma infecção hospitalar pode ser contraída durante uma internação médica ou realização de algum procedimento em uma instituição de saúde. É possível, inclusive, que se manifeste após a alta do paciente.
O termo “Infecção Hospitalar” tem sido substituído por “Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (IRAS)”.
A mudança também abrange as infecções relacionadas a procedimentos realizados em:
- Ambulatórios;
- Durante cuidados domiciliares;
- Infecção ocupacional adquirida por profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, entre outros).
Entre os fatores de risco para a incidência da infecção hospitalar, podemos citar a necessidade de o paciente ser internado ou submetido à um procedimento de saúde, além da relação de desequilíbrio entre os fatores abaixo:
- Condição clínica do paciente;
- Virulência dos micro-organismos;
- Fatores relacionados à hospitalização (procedimentos invasivos, condições do ambiente e atuação do profissional de saúde).
Já para o paciente, a ocorrência e desenvolvimento da infecção hospitalar está pautada nos seguintes riscos:
- Condições extremas de idade (recém-nascidos e idosos);
- Duração da internação;
- Diabetes Mellitus;
- Doenças vasculares;
- Alterações da consciência;
- Estados de imunossupressão;
- Quaisquer condições que exijam procedimentos invasivos;
- Cirurgias comprometedoras da integridade da pele e mucosas.
Entenda a importância da CCIH – Comissão de Controle de Infecção Hospitalar
Para o combate às infecções hospitalares, existe a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH). Vamos entender como funciona!
A obrigatoriedade da existência da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) foi instituída pela Lei Federal nº 6.431, de 6 de janeiro de 1997.
A Lei obrigou também a criação do Programa de Controle de Infecções Hospitalares (PCIH). A CCIH, em conjunto com o PCIH, desenvolve ações objetivando à redução, ao máximo, da incidência e da gravidade das infecções.
Em seu Art. 6º, consta que o regulamento deve ser adotado em todo o território nacional, pelas pessoas jurídicas e físicas, de direito público e privado, envolvidas nas atividades hospitalares de assistência à saúde.
A Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) é composta por um grupo de profissionais de saúde, com formação em nível superior.
O grupo é designado para, junto com a direção da instituição de saúde, planejar, elaborar, implementar, manter e avaliar o Programa de Controle de Infecção Hospitalar.
Este conjunto de ações que devem ser desenvolvidas pelos integrantes da CCIH é voltado para a redução das infecções hospitalares.
É importante lembrar que a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar deve ser adequada às características e necessidades do Estabelecimento de Assistência à Saúde – EAS, sendo constituída de membros consultores e executores.
Entre as atividades desenvolvidas pela CCIH, podemos citar:
- Realização da vigilância epidemiológica para detecção de casos de infecção hospitalar, a fim de entender sua ocorrência e realizar o planejamento de ações voltadas à melhoria, em conjunto com a direção hospitalar e a equipe assistencial;
- Elaboração de diretrizes para a prevenção das infecções relacionadas à assistência à saúde. Estas diretrizes devem ser incorporadas às normas e rotinas de atendimento aos pacientes e serviços de apoio, objetivando a diminuição dos riscos de ocorrência de infecções relacionadas à assistência à saúde.
- As orientações para a prescrição adequada de antibióticos, juntamente com a implantação de ações que contribuam para o controle de seu uso, também devem ser implementadas nas atividades desenvolvidas. O objetivo é evitar que os medicamentos sejam prescritos de maneira indevida.
- Estabelecimento de recomendações quanto às medidas de precaução e isolamento de pacientes com doenças transmissíveis ou portadores de bactérias resistentes à antibióticos.
Estas medidas são tomadas para a redução do risco de transmissão dos agentes etiológicos entre pacientes e/ou profissionais de saúde.

Infecção Hospitalar: Higienização das mãos é primordial no combate às bactérias!
Como combater a infecção hospitalar?
A primeira atitude que deve ser tomada no combate às infecções hospitalares é a higienização das mãos, que pode ser feita com água, sabão e fricção com álcool 70%.
Essa medida deve ser tomada tanto pelos próprios profissionais de saúde, quanto pelos pacientes e seus visitantes.
Os pacientes devem, além de higienizar as mãos, principalmente antes das refeições e após o uso de banheiros, estabelecer comunicação eficiente com a equipe de saúde de forma a entender a assistência que está sendo prestada e contribuir para a sua plena recuperação.
Onde as bactérias estão?
Os micro-organismos causadores de infecções hospitalares advém de locais endógenos (próprio do paciente) ou exógenos (ambientes externos, como mãos do profissional de saúde, alimentos etc.).
Fonte Endógena (Paciente) – Microbiota presente na flora da boca, trato digestivo e pele, é relevante na etiologia das infecções hospitalares.
Fonte Exógena (Ambiente externo) – Superfícies, materiais, ar, água e outros líquidos. Além desses locais citados, as bactérias podem ser transmitidas pelo contato direto com o paciente, especialmente durante a realização de procedimentos invasivos, podendo ocorrer então a infecção, caso exista um desequilíbrio no seu sistema imunológico.
A equipe multidisciplinar de saúde deve adotar medidas para prevenção e controle de agentes infecciosos no ambiente hospitalar.
Primeiro, a adoção de um plano terapêutico otimizado e orientado para a garantia da brevidade do período de internação, dentro do possível, juntamente com a manutenção criteriosa da utilização de procedimentos invasivos (sondas, drenos, cateteres e cirurgias).
Ambiente hospitalar:
- Nutrição do paciente;
- Controle da doença de base;
- Redução de medicações imunossupressoras, quando for possível;
- Técnicas adequadas de inserção e manutenção de dispositivos invasivos;Adequada higienização das mãos e do ambiente hospitalar.
Cuidados que devem ser adotados durante visitas ao hospital:
Higienizar as mãos na chegada ao hospital, antes e após tocar o paciente ou superfícies próximas ao seu redor e ao sair do hospital – lembrar de retirar adornos (pulseiras, anéis, relógios etc.);
- Não levar alimentos para o paciente sem autorização de seu médico e nutricionista;
- Evitar levar flores para o quarto do paciente.Evitar levar crianças para visitar o ambiente hospitalar;
- Não sentar na cama do paciente, ou em camas vagas ao lado do paciente.
Todos estes cuidados são essenciais para a prevenção contra as “superbactérias” ou “bactérias multirresistentes”.
Elas são bactérias presentes no corpo humano; porém, resistentes à terapêutica com antibióticos disponíveis no mercado.
A causa da resistência é o uso abusivo indiscriminado de medicamentos.
Não se automedique, consulte seu médico de confiança.
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